Ausente no debate Estadão/TV Gazeta, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, se transformou em alvo principal dos três adversários que participaram do evento - José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL). Dilma foi atacada, entre outros motivos, por evitar debater a violação do sigilo fiscal da filha de Serra e de integrantes do PSDB.

Serra afirmou que o PT atua 'com truculência' e adotou 'a estratégia da ocultação' em relação a Dilma. 'O presidente da República e o presidente do partido falam por ela', acusou. Foi uma referência indireta ao fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter ido à televisão para atacar o próprio Serra.

Marina acusou Dilma de desrespeitar os demais candidatos ao não comparecer ao debate. Sobre a violação de sigilo, ela afirmou que a sociedade 'vive imenso desconforto com os desmandos na Receita Federal'. Marina criticou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, por não tomar atitudes em relação ao escândalo na Receita, e o próprio Lula, por sair em defesa 'apenas de sua candidata', e não das vítimas das quebras ilegais de sigilo.

Partiram de Plínio os ataques mais fortes à candidata de Lula. Referindo-se a Dilma como 'essa moça', disse que ela 'não é do ramo' e 'foi inventada'. Mais adiante, afirmou que a petista é 'um blefe' e 'uma invenção marqueteira'. Também houve ataques entre os presentes. Marina aproveitou uma pergunta de Serra sobre saneamento para afirmar que o governo Fernando Henrique Cardoso, do qual o tucano participou, aplicou no setor menos que 20% dos recursos necessários. Plínio acusou Serra de 'esconder' FHC em seu programa eleitoral e de procurar associar sua imagem à de Lula.