Em suas escolas, relatam que já viveram situações limites, não só entre Crianças, Adolescentes e jovens estudantes, mas deles/as com Professores/as, Diretores/as, funcionários/as. E também pais, e mães, “... que se metem nas confusões dos filhos, não sabem separar as coisas e fazem as escolas campos de guerra...”.
Elas admitem medo, e uma delas sofre pressão do marido e da família para deixar de lecionar. “...se o govêrno não fizer alguma coisa, com urgência, daqui a pouco não tem mais escola, não vai mais ter nem aluno nem professor, a violência vai acabar com ela...”, afirma a professora.
“... eu acho que as famílias estão perdendo o controle da situação,perderam a autoridade com os filhos, mas elas refletem também os problemas da sociedade como um todo, estão contaminadas... não adianta esperar que a escola vá dar jeito de mudar o comportamento agressivo e violento das crianças e dos adolescentes, que já vem das famílias e da sociedade, é preciso uma verdadeira revolução na educação como um todo, começando pela familiar, pelos valores morais, religiosos, humanos, sociais, pela ética...”
“...e o governo tem que investir de verdade, não fazer de conta que investe em políticas de atenção às famílias, só dar o Bolsa-Família e alguma coisinha a mais não basta, tem que mais amplo, tem que ter alcance maior, atingir as causas...”.
“ ... e a gente precisa implantar uma cultura de paz nas escolas, como já vem acontecendo em muitos lugares do Brasil”, diz uma das professoras. “... mas precisa começar dando o exemplo, com atitudes, gestos, comportamentos, começando de casa... não adianta só falar, fazer palestra, fazer seminário, campanha, tem que ter ação permanente, tem que ter atitude, tem que dar bom exemplo, de todo dia e toda hora, tem que mostrar e viver no respeito, humildade, solidariedade, amor...”
Aproveito a deixa da conversa para dizer às professoras que Açailândia está iniciando um trabalho de “Justiça Juvenil Restaurativa”, como município membro da “Rede Maranhense de Justiça Juvenil”, e que a metodologia restaurativa deveria constar das práticas das escolas no combate ao “bullying” e à violência que as afetam. Que a “Justiça Restaurativa” compõe na “Cultura da Paz”...Uma experiência a tentar...
A professora finaliza com emocionado desabafo: “... seo Eduardo, meu sonho sempre foi ser professora, eu estudei, me dediquei, fiz sacríficio para chegar aqui, não queria largar,mas se não mudar logo a situação, eu, muita gente idealista e que ama o magistério, vai largar, não vai querer ser agredida, humilhada, e até morta! Se a gente sofre, imagine os alunos que são vítimas até maiores que a gente...! Paz nas escolas, é o que pedimos e precisamos!...” Concordo, em gênero, número e grau...
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